Para os ultraconservadores, Kamala não se encaixa nos padrões tradicionais. Ela é uma mulher afrodescendente, filha de imigrantes, criada por uma ativista de direitos humanos e só se casou aos 49 anos, optando por não ter filhos biológicos. Além disso, seu marido, Doug Emhoff, deu uma pausa na carreira para cuidar da casa, descumprindo o papel de macho provedor que a direita conservadora tanto preza. Essa quebra de paradigmas provocou críticas daqueles que acreditam na submissão da mulher como a moda atual.
Por outro lado, é importante ressaltar que a composição familiar e o estado civil de uma candidata não podem ser critérios para a sua capacidade de governar. A sociedade americana mudou e as mulheres têm conquistado cada vez mais espaço no cenário político, contribuindo de forma significativa para o resultado das eleições. Mulheres solteiras, especialmente, têm se mostrado críticas e refratárias a candidatos com posturas machistas, o que evidencia a importância de uma agenda política que contemple os direitos das mulheres.
Em um contexto em que as mulheres representam uma parcela significativa do eleitorado, é fundamental que os candidatos reconheçam o poder e a influência desse segmento na política. Joe Biden, em seu último discurso do Estado da União, destacou a força das mulheres na América e a necessidade de respeitar suas decisões e direitos. Portanto, a critica baseada na maternidade de Kamala Harris é infundada e desconsidera as transformações e conquistas das mulheres na sociedade atual.