A Secretaria de Educação de São Paulo (Seduc-SP) havia divulgado um edital para a abertura de uma consulta pública, permitindo que as comunidades escolares opinassem sobre a implantação do modelo de escolas cívico-militares na rede pública estadual. Entre as 302 instituições de ensino que manifestaram interesse em aderir ao programa a partir de 2025, estava a Escola Estadual Jornalista Vladimir Herzog.
No entanto, a reação não se fez esperar. O Instituto Vladimir Herzog emitiu uma nota de repúdio, classificando como “afronta inadmissível” a militarização de uma escola que leva o nome de Vladimir Herzog, jornalista morto durante a ditadura civil militar. O Instituto ressaltou que o projeto proposto “desrespeita e fere a história, o legado e os valores democráticos defendidos por Vlado em vida”.
Após análise e consideração da comunidade escolar, a direção da escola decidiu não prosseguir com o processo de adesão ao modelo cívico militar. Nas redes sociais, a instituição publicou uma nota reafirmando seu compromisso com a educação de qualidade, baseada nos princípios da democracia, pluralidade e inclusão social.
Para o Instituto Vladimir Herzog, a desistência da escola foi vista como uma vitória das manifestações populares e da mobilização social. O órgão reiterou seu compromisso com uma educação pública, inclusiva e de qualidade, e afirmou que continuará mobilizado contra iniciativas que ameacem esses princípios.
Com relação ao projeto de escolas cívico-militares, a Seduc-SP prevê a implementação em pelo menos 45 unidades educacionais da rede estadual até 2025. Caso haja mais de 45 instituições interessadas, critérios de desempate serão adotados para a seleção das escolas que iniciarão o programa. A consulta pública com os pais ou responsáveis pelos alunos deve ser realizada até o dia 31 de julho.