De acordo com o levantamento, 56% dos entrevistados acreditam que seria melhor se líderes religiosos não apoiassem nenhum candidato durante o período eleitoral. Além disso, 70% dos evangélicos são contra receber indicações diretas de pastores sobre em quem votar, enquanto 76% rejeitam a ideia de que um líder religioso recomende não votar em determinada pessoa.
A pesquisa também apontou que a identidade religiosa de um candidato nem sempre influencia a decisão dos fiéis. Apenas 31% dos entrevistados afirmaram que confiariam mais em um político evangélico, enquanto 27% confiariam menos. Para 37%, a religião do candidato não faz diferença.
Apesar disso, é comum encontrar manifestações políticas nos templos evangélicos, principalmente durante períodos eleitorais. Em 2022, o cenário político movimentou os círculos cristãos, levando ao afastamento de pastores que não seguiam a linha da cúpula da igreja e a episódios de violência, como o caso de um fiel baleado em Goiânia por discordar da abordagem política nas pregações.
Diante desse contexto, a influência dos líderes religiosos na escolha dos fiéis pode causar mais prejuízos do que benefícios. Com isso, muitos evangélicos manifestam resistência à recomendação de votos de seus pastores, preferindo tomar suas próprias decisões políticas. A pesquisa ainda revelou que a maioria dos fiéis discorda da ideia de que política e valores religiosos devem andar juntos.
Esses resultados indicam uma tendência de independência e autonomia por parte dos evangélicos na hora de escolher seus candidatos, demonstrando uma postura crítica em relação à interferência política no ambiente religioso. A pesquisa evidencia a importância da liberdade de escolha e da separação entre religião e política para esse segmento da população paulistana.