Terremoto no Chile impacta funcionamento do acelerador de partículas Sirius em Campinas, causando instabilidade por dois minutos.

Na noite de quinta-feira (18), um terremoto de magnitude 7,3 atingiu Antofagasta, no Chile, causando reflexos surpreendentes a mais de 3 mil km de distância, no acelerador de partículas Sirius, localizado em Campinas. De acordo com o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), os tremores chacoalharam o feixe de elétrons do equipamento, impactando diretamente as atividades de pesquisa em andamento.

O Sirius é considerado um dos mais avançados equipamentos de pesquisa do Brasil e um dos três de 4ª geração existentes no mundo. Com múltiplos monitores de posição no anel, chamados de BPMs (Beam Position Monitor), o acelerador busca manter a estabilidade do feixe de luz com extrema precisão. No entanto, durante o terremoto, a estabilidade foi comprometida, com amplitudes de 10 a 20 micrômetros em comparação com os 100 nanômetros considerados normais.

Segundo Liu Lin, chefe da Divisão de Aceleradores do CNPEM, o período de instabilidade durou cerca de dois minutos, afetando o funcionamento do equipamento. Ele explicou que o BPM azul, responsável pela correção rápida, foi capaz de manter a órbita mais estável do que o BPM vermelho, que atua em um loop de correção lenta.

O Sirius é composto por três aceleradores de elétrons que geram luz síncrotron, permitindo a visualização de partículas microscópicas com extrema precisão. Com um investimento de R$ 1,8 bilhão, o acelerador é uma peça fundamental para diversos estudos científicos no Brasil.

Os reflexos do terremoto no Chile, que foram sentidos em 15 cidades do estado de São Paulo, incluindo Campinas, mostram a importância de monitorar constantemente a estabilidade de equipamentos sensíveis como o Sirius. Mesmo diante de situações imprevisíveis, a capacidade de adaptação e correção rápida do sistema garante que as pesquisas científicas não sejam comprometidas.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo