Esses números representam um mapeamento detalhado dos locais de consumo de crack no estado de São Paulo, que possui um total de 160 cracolândias espalhadas por 45 municípios. A maioria desses locais está localizada na periferia da cidade, com 41 pontos identificados, sendo 20 na zona leste, 14 na zona norte, seis na zona sul e apenas um na zona oeste, no bairro do Rio Pequeno.
Além disso, foram identificadas 15 cracolândias no centro da cidade, incluindo áreas nobres como Alto de Pinheiros e Pinheiros, na zona oeste. A gestão de Tarcísio destaca o centro como o principal ponto de atenção do poder público, onde as ações são concentradas inicialmente e posteriormente expandidas para outras localidades.
No entanto, os dados obtidos não fornecem endereços exatos, apenas os nomes dos bairros e cidades com incidências de uso de drogas. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, essa medida foi tomada para evitar a estigmatização de regiões específicas. A pasta também detalhou a metodologia utilizada no levantamento, baseada no modelo do Lecuca (Levantamento de Cenas de Uso em Capitais), desenvolvido por pesquisadores da Unifesp.
O problema das cracolândias não se restringe à capital, mas também atinge cidades do interior e da Grande São Paulo, com 44 municípios registrando a presença de dependentes químicos aglomerados consumindo drogas. Cidades como São Bernardo do Campo, Guarulhos e Campinas estão entre as mais afetadas, com diversos pontos identificados em diferentes bairros.
O desafio de lidar com as cracolândias é complexo e exige um olhar amplo sobre as políticas de saúde, segurança e assistência social. Ações repressivas não são suficientes para resolver o problema, como aponta o professor Dartiu Xavier, da Unifesp. É necessário um olhar mais humano e acolhedor para lidar com a população em situação de vulnerabilidade e dependência química, buscando soluções efetivas e integradas para enfrentar essa realidade.