Cracolândias se espalham por São Paulo e interior: 72 pontos na capital e 44 cidades com usuários de drogas concentrados

A capital paulista, São Paulo, é conhecida por abrigar a famosa cracolândia, localizada atualmente na rua dos Protestantes, no centro da cidade. No entanto, de acordo com dados exclusivos obtidos pela mídia, a cidade possui 72 pontos de concentração de usuários de drogas em 47 bairros, classificados como “áreas de atenção” pela gestão de Tarcísio de Freitas.

Esses números representam um mapeamento detalhado dos locais de consumo de crack no estado de São Paulo, que possui um total de 160 cracolândias espalhadas por 45 municípios. A maioria desses locais está localizada na periferia da cidade, com 41 pontos identificados, sendo 20 na zona leste, 14 na zona norte, seis na zona sul e apenas um na zona oeste, no bairro do Rio Pequeno.

Além disso, foram identificadas 15 cracolândias no centro da cidade, incluindo áreas nobres como Alto de Pinheiros e Pinheiros, na zona oeste. A gestão de Tarcísio destaca o centro como o principal ponto de atenção do poder público, onde as ações são concentradas inicialmente e posteriormente expandidas para outras localidades.

No entanto, os dados obtidos não fornecem endereços exatos, apenas os nomes dos bairros e cidades com incidências de uso de drogas. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, essa medida foi tomada para evitar a estigmatização de regiões específicas. A pasta também detalhou a metodologia utilizada no levantamento, baseada no modelo do Lecuca (Levantamento de Cenas de Uso em Capitais), desenvolvido por pesquisadores da Unifesp.

O problema das cracolândias não se restringe à capital, mas também atinge cidades do interior e da Grande São Paulo, com 44 municípios registrando a presença de dependentes químicos aglomerados consumindo drogas. Cidades como São Bernardo do Campo, Guarulhos e Campinas estão entre as mais afetadas, com diversos pontos identificados em diferentes bairros.

O desafio de lidar com as cracolândias é complexo e exige um olhar amplo sobre as políticas de saúde, segurança e assistência social. Ações repressivas não são suficientes para resolver o problema, como aponta o professor Dartiu Xavier, da Unifesp. É necessário um olhar mais humano e acolhedor para lidar com a população em situação de vulnerabilidade e dependência química, buscando soluções efetivas e integradas para enfrentar essa realidade.

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