Os impactos do trânsito na economia e na saúde dos paulistanos estão cada vez mais evidentes, especialmente devido ao modelo de mobilidade urbana atual da cidade. A dependência do transporte rodoviário individual, aliada à falta de soluções efetivas para combater as mudanças climáticas, torna urgente a implementação de medidas que promovam alternativas sustentáveis, como a expansão da rede cicloviária e ferroviária, incentivo aos deslocamentos a pé e a transição da frota de ônibus para veículos elétricos.
No entanto, durante as sabatinas realizadas com os quatro pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo, o tema da mobilidade urbana recebeu pouca atenção. Os candidatos Pablo Marçal, Guilherme Boulos, Ricardo Nunes e José Luiz Datena participaram das entrevistas, que somaram mais de 4 horas de duração. Surpreendentemente, apenas 8,4% desse tempo foi destinado a questões relacionadas ao trânsito e à mobilidade urbana.
Um dos destaques das entrevistas foi a disparidade no tempo dedicado a cada candidato para tratar do tema. Enquanto com Marçal, Boulos e Datena foram reservados em média 7 minutos para debater a mobilidade urbana, o atual prefeito Ricardo Nunes teve apenas 46 segundos em três perguntas relacionadas ao assunto. Isso gerou críticas à condução das entrevistas, evidenciando a falta de prioridade dada ao problema do trânsito na cidade.
Diante desse cenário, é fundamental que a população esteja atenta às propostas dos candidatos em relação à mobilidade urbana, considerando a importância desse tema para o futuro de São Paulo. O debate entre os principais concorrentes à Prefeitura, marcado para o final de setembro, será uma oportunidade crucial para que as ideias e planos para melhorar o trânsito na cidade sejam apresentados e debatidos de forma mais aprofundada. A população precisa cobrar dos candidatos propostas concretas e eficazes para enfrentar os desafios do trânsito e garantir uma mobilidade urbana sustentável e segura para todos os paulistanos.