Legalização da maconha no México: avanços e desafios na regulamentação do uso recreativo e cultivo da droga.

Após três anos da Suprema Corte do México ter descriminalizado o uso recreativo da maconha, a população pode ser vista fumando a droga em locais públicos sem medo de represálias. Enquanto na capital, Cidade do México, a situação parece mais favorável, nas periferias e cidades menores a criminalização ainda persiste, afetando desproporcionalmente os mais pobres e minorias raciais.

Em uma entrevista exclusiva à Folha, a ativista Lisa Sánchez, diretora da ONG México Unido Contra o Crime, expressa sua preocupação em relação à falta de regulamentação do uso de drogas no Brasil. Segundo ela, a ausência de leis nesse sentido mantém os usuários em contato com o narcotráfico e pode gerar situações semelhantes às observadas no México.

Apesar da vitória representada pela descriminalização e permissão para cultivo da maconha, a falta de regulamentação completa ainda gera problemas. A obtenção de autorizações individuais para o uso da droga cria uma divisão entre cidadãos, sendo considerado um processo elitista e pouco acessível para a maioria.

No Brasil, estudos indicam que a maioria dos processos por tráfico de drogas envolve pessoas negras, pobres e sem ligação direta com o tráfico, evidenciando a desigualdade na aplicação das leis. A falta de uma legislação específica para regulamentar a questão da maconha no país é vista como um obstáculo na proteção dos direitos dos usuários.

No entanto, o avanço na regulamentação das drogas no México encontra obstáculos, sobretudo devido à resistência militar e à falta de consenso político. A falta de vontade política e o poder dos militares na tomada de decisões comprometem o progresso rumo a uma regulação mais ampla e segura.

Mesmo diante dos desafios enfrentados, ativistas como Lisa Sánchez e organizações como o México Unido Contra o Crime permanecem engajados na luta por uma política de drogas mais justa e inclusiva. A batalha pela regulamentação não se encerra nos tribunais, mas continua sendo travada em diferentes frentes em busca de um cenário mais equilibrado e justo para todos.

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