As mensagens interceptadas pela PF, trocadas entre o policial federal Marcelo Araújo Bormevet e o sargento Giancarlo Gomes Rodrigues, apontam para a possibilidade de Bolsonaro assinar um decreto nesse sentido. A investigação resultou na prisão preventiva de Bormevet, Rodrigues e Carlos Magno, outro policial federal apontado como elo entre as ações clandestinas na chamada “Abin paralela” e os ataques violentos que ocorreram em janeiro.
A PF apontou também que esses suspeitos estavam envolvidos na disseminação de desinformação, incitando as Forças Armadas e promovendo ações para desestabilizar o processo eleitoral. As ações de difusão de fake news incluíam ainda a incitação das Forças Armadas e convocações de paralisações de caminhoneiros, segundo os investigadores.
Além disso, a PF revelou que a estrutura clandestina na Abin fazia parte de um esquema maior envolvendo também milícias digitais e a Presidência da República. Funcionários públicos lotados na Presidência atuavam em conjunto com essa estrutura para atender aos interesses do núcleo político do governo Bolsonaro.
Os principais integrantes desse grupo ligado à Presidência, como Daniel Ribeiro Lemos, José Matheus Sales Gomes e Mateus Sposito, tiveram suas prisões decretadas. As defesas dos envolvidos preferiram não se manifestar sobre o assunto.
Essas revelações da investigação da PF aumentam as preocupações sobre possíveis interferências antidemocráticas e ilegais no sistema político brasileiro. A sociedade aguarda agora por desdobramentos e investigações mais aprofundadas sobre esse escândalo que envolve órgãos importantes do Estado brasileiro.