Estatuto da Criança e do Adolescente completa 34 anos: desafios da proteção digital em debate. Novos cenários exigem atenção e regulamentações.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 34 anos hoje, dia 13 de julho. Criado em 1990, o ECA foi um marco legislativo que possibilitou avanços significativos nas áreas de educação e saúde infantil, além da implementação de órgãos como os Conselhos Tutelares e as Varas da Infância e Juventude. No entanto, novos desafios surgiram ao longo dos anos, especialmente no que diz respeito à proteção das crianças e adolescentes no ambiente digital.

Especialistas e autoridades alertam para a importância de ampliar as formas de educação, conscientização e fiscalização em relação ao uso das novas tecnologias. A presidenta do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Marina de Pol Poniwas, ressaltou a necessidade de discutir o uso consciente de telas e dispositivos, bem como a violência no ambiente digital, que envolve uma responsabilidade compartilhada entre governo, sociedade, empresas e famílias.

A advogada Renata Escudero destacou os perigos do uso inadequado de dados digitais de crianças e adolescentes, especialmente no contexto da inteligência artificial, que pode gerar consequências negativas, como a criação de imagens e vídeos sexuais falsos. Por sua vez, o advogado Marcos Ehrhardt Júnior ressaltou a necessidade de adequar a legislação às rápidas transformações tecnológicas, visando proteger os direitos fundamentais no ambiente digital.

Recentemente, o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente publicou a Resolução 245/2024, que estabelece normas sobre os direitos das crianças e adolescentes no ambiente digital. A resolução aborda questões como o acesso das crianças às tecnologias da informação e comunicação, a proteção de dados pessoais e a prevenção de violações de direitos online.

Além disso, o Conselho Nacional de Justiça lançou o projeto “Diversidades das Primeiras Infâncias”, com o objetivo de destacar as diferenças entre as infâncias das crianças indígenas, negras, deficientes, de terreiro e em situação de rua. A iniciativa visa fortalecer a garantia dos direitos fundamentais de todas as crianças, independentemente de sua origem ou condição social.

Diante desses desafios e avanços, é fundamental que a sociedade e as autoridades continuem a debater e implementar medidas para proteger e promover o bem-estar das crianças e adolescentes, tanto no mundo físico quanto no ambiente digital.

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