De um lado, os moradores locais acusavam a passagem das lanchas de uma empresa de praticagem de ter causado a erosão e consequente destruição da ilha. Por outro lado, a empresa de praticagem se defendia, alegando que a erosão era um processo natural da região e não estava relacionada à atividade das embarcações.
A região de Marapanim, conhecida como Salgado Paraense, é marcada pela dinâmica dos estuários, onde a mistura de água doce dos rios com água salgada do mar é influenciada pelas fortes marés. Essa região apresenta uma variedade de manguezais e bancos de areia que se movimentam constantemente devido às mudanças das marés.
Imagens de satélite mostraram que a Ilha Camará encolheu ao longo dos anos até desaparecer completamente, enquanto outra ilha próximo a ela, que não estava na rota das lanchas da empresa de praticagem, permanecia intacta. Após análises e investigações, a Polícia Civil indiciou a empresa por crimes ambientais e atuação sem a devida licença.
A empresa se defendeu argumentando que o desaparecimento da ilha era um processo natural da região, com varias ilhas emergindo e desaparecendo ao longo dos anos. Uma possível conciliação entre as partes envolvidas foi proposta pelo ICMBio, com a imposição de limites de viagens e a apresentação de um plano de manejo das áreas afetadas.
A situação levantou preocupações sobre a preservação do ecossistema local e a subsistência das comunidades ribeirinhas. Os moradores locais esperam que o desfecho do caso traga justiça para aqueles que foram afetados pelo desaparecimento da ilha e que medidas mais rigorosas de fiscalização e proteção ambiental sejam implementadas na região.