Ex-diretor da ABIN nega espionagem a autoridades públicas e favorecimento a Flávio Bolsonaro durante sua gestão no órgão.

O ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), defendeu-se das acusações de espionagem e favorecimento a autoridades durante sua gestão na agência. As declarações de Ramagem surgiram em resposta ao relatório da Polícia Federal sobre a chamada Abin Paralela, cujo conteúdo foi divulgado pelo Supremo Tribunal Federal.

De acordo com a PF, servidores da ABIN teriam utilizado a ferramenta First Mile para monitorar autoridades dos Poderes Judiciário e Legislativo, além de servidores da Receita Federal e jornalistas. Ramagem, que adquiriu a ferramenta durante sua gestão, afirmou que a compra e o uso da mesma seguiram as exigências legais, e que não houve irregularidades.

Em suas redes sociais, Ramagem negou as acusações e criticou a PF por divulgar informações para a imprensa baseadas em conjecturas rasas. Ele alegou que as autoridades citadas não estavam realmente sendo monitoradas pela ferramenta, mas sim envolvidas em conversas alheias e impressões pessoais de terceiros.

Além disso, Ramagem refutou a suspeita de interferência da Abin a favor do senador Flávio Bolsonaro, destacando que a demanda envolvendo o senador foi resolvida judicialmente, sem qualquer influência da agência de inteligência. O ex-diretor também sugeriu que a divulgação do relatório da PF visava prejudicar sua pré-candidatura à prefeitura do Rio de Janeiro.

Por sua vez, o senador Flávio Bolsonaro defendeu-se das acusações, afirmando que não havia qualquer relação dele com a ABIN e que a divulgação do relatório tinha o propósito de prejudicar a candidatura de Ramagem. Com esse embate entre políticos e agentes de inteligência, a investigação da Abin Paralela ganha contornos políticos e eleitorais, com potencial impacto nas eleições municipais do Rio de Janeiro.

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