Os mandados incluíram cinco prisões preventivas, dois dos quais envolvem influenciadores digitais que trabalhavam para o “gabinete do ódio”. Eles são investigados por criar perfis falsos e divulgar informações falsas, com o objetivo de atacar membros dos Três Poderes e jornalistas.
O ex-chefe da Abin, Alexandre Ramagem, que atualmente é deputado federal e pré-candidato a prefeito no Rio, é o principal alvo da investigação. Ramagem é acusado de autorizar investigações paralelas, sem autorização judicial e sem indícios mínimos que justificassem as apurações. As investigações buscavam confirmar fake news circuladas em grupos bolsonaristas.
Além da espionagem ilegal, a Polícia Federal investiga o possível uso da agência em benefício dos aliados do ex-presidente. Informações produzidas pela agência estatal seriam repassadas ao “gabinete do ódio” para disseminação. O vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente, foi alvo de outra fase da operação e é apontado como líder de um suposto “núcleo político” da espionagem na Abin.
A investigação teve início a partir de inquéritos sobre fake news e milícias digitais, que levaram a PF ao nome de Carlos Bolsonaro. O “gabinete do ódio” se tornou motivo de dissidência na família Bolsonaro, com o senador Flávio Bolsonaro discordando das estratégias do grupo.
Os influenciadores presos, Richards Pozzer e Mateus de Carvalho Spósito, são figuras conhecidas e investigadas em outras instâncias. A operação investiga crimes como organização criminosa, abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivos informáticos alheios.
A investigação continua em andamento, com a PF avançando na apuração dos envolvidos e nos detalhes das ações ilegais cometidas durante o governo Bolsonaro. As repercussões dessas descobertas prometem ser intensas e devem gerar novos desdobramentos nos próximos dias.