Questionário sobre identidade política gera ruído na PRF em curso de Direitos Humanos, agentes estão constrangidos e receosos

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) determinou a obrigatoriedade da participação de seus servidores em um curso de Direitos Humanos, o que tem gerado polêmica devido à inclusão de um questionário sobre identidade política e afinidade partidária. Segundo informações obtidas pela Folha, os policiais estão constrangidos e receosos de responder às questões, uma vez que não receberam explicações sobre o uso das informações fornecidas.

Durante o governo de Jair Bolsonaro, a PRF esteve envolvida em episódios de alta letalidade, levantando questionamentos sobre um possível uso político da corporação. O questionário em questão pede aos servidores que indiquem sua identidade política entre opções como extrema esquerda, esquerda, centro-esquerda, centro, centro-direita, direita e extrema direita, além de questionar a afinidade partidária com partidos como Democratas, PT, PSDB, PSOL, entre outros.

Em nota, a PRF informou que o questionário é facultativo e anônimo, assegurando que não terá acesso às informações fornecidas pelos servidores. A instituição afirma que a intenção é promover o autoconhecimento dos agentes, ressaltando que as respostas serão registradas diretamente no site da Universidade de Harvard, responsável pelo desenvolvimento do questionário.

O curso de Direitos Humanos, obrigatório para servidores que ingressaram na PRF antes de 2022, aborda temas como fundamentos históricos, vieses cognitivos, diversidade, violência e criminalidade, além do enfrentamento aos crimes contra os Direitos Humanos. A FenaPRF está apurando o ocorrido e ainda não se manifestou.

Durante a gestão de Silvinei Vasques, diretor próximo de Bolsonaro, houve a revogação das competências das comissões de direitos humanos na PRF. Vale ressaltar que o órgão ampliou as abordagens a ônibus durante o segundo turno das eleições, desrespeitando uma decisão do TSE.

As ações da PRF durante o governo Bolsonaro têm levantado questionamentos sobre possíveis interferências políticas na corporação, destacando a importância de um debate transparente e responsável sobre a identidade política e a atuação dos agentes de segurança pública.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo