Essa decisão inovadora foi motivada pelo desejo de destravar consensos em áreas específicas que estavam sendo impedidos de avançar nas últimas presidências do grupo, sob Indonésia e Índia. Durante esses períodos, não houve declarações conjuntas dos países, apenas documentos emitidos pelas presidências, com menos respaldo.
A estratégia adotada pelo G20 segue o modelo utilizado pelo Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) e visa concentrar as discussões ministeriais nos temas centrais de cada encontro, buscando assim maiores entendimentos entre os países membros. De acordo com Lyrio, vários acordos importantes praticamente finalizados estavam travados por conta de menções geopolíticas, como a questão da Ucrânia.
Entre os temas que devem receber atenção prioritária nas próximas reuniões do G20 estão a redução da desigualdade racial, de gênero e socioeconômica, bem como o acesso à água e saneamento. Estes assuntos serão abordados durante a reunião do grupo de trabalho de desenvolvimento do G20, marcada para os dias 22 e 23 de julho no Rio de Janeiro, sob a presidência do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
A iniciativa de separar os temas geopolíticos das declarações ministeriais do G20 representa um passo importante na busca por consensos e avanços nas discussões sobre questões econômicas e sociais entre os países membros. Este novo modelo de abordagem deve facilitar a tomada de decisões e ações conjuntas em prol do desenvolvimento sustentável e equitativo.