Ibama processa Syngenta por dano ambiental devido a agrotóxicos adulterados: ação pede indenização de R$ 90 milhões

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tomou uma importante iniciativa ao entrar com uma ação civil pública contra a multinacional Syngenta. A ação tem como objetivo cobrar uma indenização pela suposta prática de dano ambiental decorrente da produção e comercialização de agrotóxicos adulterados e ilegais.

A AGU (Advocacia-Geral da União) foi responsável por mover a ação na Justiça Federal de São Paulo, solicitando o bloqueio de R$ 90 milhões da empresa como garantia futura de reparação de danos. A ação se baseia em uma visita de fiscalização realizada pelo Ibama e Ministério da Agricultura em uma unidade da empresa, onde foram encontradas evidências do uso da substância cancerígena bronopol em níveis acima do permitido na fabricação de inseticidas.

Segundo o Ibama, o bronopol foi adicionado ilegalmente aos pesticidas Karate Zeon 250 CS e Karate Zeon 50 CS, contrariando as fórmulas autorizadas. A ação visa obter uma indenização para reparar a exposição à toxicidade derivada do agrotóxico adulterado. A Syngenta, adquirida pela chinesa ChemChina em 2017, ainda não se pronunciou sobre o caso.

O Ibama estimou que a empresa teria produzido 4,7 milhões de litros desses produtos adulterados, dos quais 4,4 milhões teriam sido comercializados, gerando um lucro de cerca de R$ 403 milhões. Além da indenização, o órgão ambiental solicitou que a empresa identifique, recolha e descarte adequadamente os produtos ainda disponíveis no mercado.

Até o momento, a Justiça Federal não emitiu uma decisão sobre o caso. A ação do Ibama demonstra o compromisso do órgão em proteger o meio ambiente e garantir práticas seguras na produção e comercialização de agrotóxicos, visando a preservação da saúde humana e ambiental.

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