O Ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, professor Cláudio Silva, ressaltou a gravidade das denúncias contidas no dossiê, que envolvem ações truculentas, agressivas e que desrespeitam os direitos dos moradores, empresários e crianças de Paraisópolis. Essas denúncias têm gerado um clima de terror psicológico na comunidade, como relatou o ativista Janilton Oliveira, que destacou a situação de medo em que vivem os moradores, com comércios fechados e pessoas sem conseguir sair de casa.
Desde maio, um Comitê de Crise composto pela Ouvidoria da Polícia de São Paulo, entidades de defesa dos Direitos Humanos, parlamentares e líderes comunitários tem atuado no recebimento de denúncias e encaminhamento de iniciativas. Além de entregar o dossiê ao Comandante Geral da PMESP, o documento será encaminhado ao Ministério Público Federal e ao Procurador-Geral do Estado.
Para chamar atenção para a situação, o Comitê promoverá a “Caminhada do Respeito em Paraisópolis” no dia 6 de julho, exigindo que a atuação das forças policiais seja pautada pelo respeito aos limites legais e aos direitos humanos. A coletiva realizada nesta quinta-feira contou com a presença de diversas autoridades, incluindo o Ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Prof. Cláudio Silva, e representantes de entidades de defesa dos direitos humanos.
O caso que motivou a criação do Comitê de Crise, conhecido como “massacre de Paraisópolis”, ocorreu em dezembro de 2019, quando nove jovens foram mortos durante uma ação policial em um baile funk. Outros casos recentes de violência envolvendo a Polícia Militar também têm gerado repercussão, ressaltando a importância do trabalho desse Comitê na busca por justiça e respeito na comunidade de Paraisópolis.