O uso global de plástico quadruplicou nos últimos 30 anos e está previsto para dobrar até 2060. Essa projeção alarmante sugere que, se nada for feito para mudar esse cenário, em 2050 poderá haver mais plástico do que peixe nos oceanos. Esse é um desafio global, uma vez que os rios são os maiores emissores de resíduos plásticos nos oceanos. Cerca de mil rios ao redor do mundo são responsáveis por 80% das emissões anuais de plástico nos mares.
No Brasil, a situação não é diferente. A organização Blue Keepers identificou 600 pontos de entrada de lixo plástico no mar, principalmente em estuários de grandes bacias hidrográficas. O país gera uma quantidade significativa de resíduos plásticos anualmente, com a estimativa de que cada brasileiro contribua com 16 kgs de poluição marinha por ano.
Além dos impactos ambientais, a poluição plástica nos oceanos também gera consequências graves para a biodiversidade marinha e para os seres humanos. O plástico se fragmenta em microplásticos e nanoplásticos, ameaçando a fauna marinha e até sendo encontrado em órgãos humanos. A necropsia de animais marinhos revelou que muitos deles morreram devido à ingestão de resíduos plásticos, principalmente os plásticos de uso único.
Diante desse cenário preocupante, a pressão sobre a indústria e a necessidade de medidas urgentes para combater a poluição plástica estão aumentando. Um Tratado Global Contra a Poluição Plástica está em negociação na ONU e deve ser concluído em breve. A conscientização e a mudança nos padrões de consumo são fundamentais para reverter essa situação e garantir a saúde dos nossos oceanos e do planeta como um todo.