O presidente do Sindmotoristas, Edivaldo Santiago, entrou no auditório da entidade por volta das 18h30 diante de uma plateia empolgada, que clamava por greve. As empresas, até então, só haviam oferecido um reajuste de 3,6% nos salários, o que não atendia às demandas dos trabalhadores. Após três reuniões sem sucesso, Santiago anunciou que a única alternativa seria a paralisação.
No entanto, após uma reunião com o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, o anúncio da suspensão da greve foi feito por volta das 22h30. Um dos principais pontos discutidos foi a jornada de trabalho dos motoristas, que sofreu alterações nos últimos anos devido à queda de passageiros durante a pandemia.
O sindicato reivindicou a volta do regime de 6h30 de trabalho e meia hora de descanso remunerado, alegando que a flexibilidade na jornada estava causando problemas operacionais. Além disso, foi acordado um novo reajuste para o vale-refeição e a promessa de uma recomposição salarial em setembro com base no Salariômetro.
A palavra de Milton Leite foi fundamental para a garantia do acordo, mesmo diante de suas controversas ligações com empresas de ônibus municipais, que estão sob investigação. O Sindmotoristas cancelou a greve sem convocar uma nova assembleia, apenas informando os funcionários sobre os termos do acordo.
Paralelamente, o Tribunal de Contas do Município está conduzindo um estudo para a reposição de perdas salariais na pandemia. Nailton Francisco de Souza, diretor do Sindmotoristas, destacou a determinação da categoria em não retroceder nas reivindicações, mesmo diante de pressões judiciais.
Assim, com a suspensão da greve, os motoristas de ônibus de São Paulo alcançaram conquistas importantes e aguardam a efetivação dos acordos firmados após um longo período de negociações.