Os números foram divulgados em evento realizado na sede do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em Brasília, na noite de quarta-feira (3). A área total desmatada nos dois biomas neste ano é equivalente a mais de três vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
Ao longo dos últimos 11 meses, entre agosto de 2023 e junho de 2024, houve uma redução de 51,1% no desmatamento da Amazônia. Já no cerrado, houve um aumento de 14,6% no mesmo período, mas os últimos três meses indicam uma inversão na curva de destruição, com a redução dos alertas de desmate em junho.
Essa diminuição consistente na Amazônia pode ser considerada uma das maiores conquistas ambientais do governo Lula até o momento. No entanto, replicar o sucesso desse bioma para o cerrado é um desafio, uma vez que apenas cerca de 12% do cerrado está protegido em áreas de conservação, enquanto 67% pertencem a propriedades privadas.
Além disso, as legislações que regulam o desmatamento nos dois biomas são distintas, o que exige uma atuação coordenada dos governos estaduais para combater a destruição no cerrado. O governo federal tem buscado articular ações com os estados do cerrado nesse sentido.
Enquanto os esforços para conter o desmatamento avançam, o governo enfrenta a greve dos servidores ambientais, que reivindicam melhores condições de trabalho e aumento de remuneração. A Advocacia Geral da União (AGU) considera a greve ilegal e abusiva, e entrou com uma ação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para suspender a mobilização. As negociações entre os servidores e o governo ainda não chegaram a uma conclusão satisfatória, o que tem gerado insatisfação entre os trabalhadores.