A servidora pública Renata Moreira, de 47 anos, relata sua experiência na feira, onde precisou sacar dinheiro no banco devido ao aumento de preço causado pela taxa de cartão. Ela menciona ainda a praticidade de usar dinheiro em locais com risco de segurança, onde o uso do Pix pode demandar mais tempo e atenção. Segundo dados do Banco Central, a circulação de papel-moeda no Brasil representa cerca de 3,13% do Produto Interno Bruto (PIB), evidenciando que o uso de dinheiro em espécie ainda é relevante mesmo após 30 anos da criação do real.
Apesar do crescimento do Pix durante a pandemia, com movimentação de trilhões de reais, a preferência pelo dinheiro físico é mais evidente em pessoas de faixas etárias mais avançadas. A aposentada Marina de Souza, de 80 anos, exemplifica essa preferência, optando por cartões e dinheiro em transações do dia a dia. A resistência ao Pix também é apontada pela dona de casa Hilda Pereira, de 65 anos, que ainda prefere o uso de dinheiro e cartão para pagar suas contas.
A professora de economia da Fundação Getulio Vargas, Virene Matesco, observa que a preferência pelo papel-moeda varia conforme a região do país, destacando a heterogeneidade dos hábitos de consumo no Brasil. Ela ressalta que o avanço dos meios de pagamento eletrônicos traz benefícios em termos de redução de custos e velocidade de circulação da moeda, mas alerta para o risco associado ao aumento do endividamento da população com a facilidade de realizar transações financeiras de forma ágil e acessível.