A lista das escolas elegíveis foi divulgada no início da semana, e os diretores tinham até sexta-feira para manifestarem seu interesse em participar do programa. No entanto, não houve tempo para discussões com a comunidade escolar. A Secretaria Estadual de Educação não informou quantas escolas aceitaram a proposta, apesar de afirmar que realizará consultas com professores, pais e alunos.
A diretora da Apeoesp de Santo André, Maíra Machado, destaca que a tendência nas escolas é recusar o programa, mas a entidade não tem números concretos sobre a adesão dos diretores da lista de escolas elegíveis. Ela ressalta que a medida proposta tem mais a ver com disciplinar alunos e professores do que com segurança. Maíra também critica a falta de diálogo efetivo com a comunidade escolar e a imposição da decisão pela direção e vice-direção.
Para a professora, a proposta traz uma forte carga repressiva e pode afetar a liberdade de expressão e o ambiente de questionamento e debate nas escolas. Ela defende que a população precisa ser informada de forma ampla e consciente antes de tomar uma decisão sobre a adesão ao programa.
A Educação do Estado não divulgou as próximas etapas do processo de adesão ao programa, mas ressaltou que a manifestação de interesse é apenas o início da pré-seleção das escolas. A expectativa é implantar entre 50 e 100 escolas cívico-militares até 2025, mantendo o prazo de manifestação até 28 de junho de cada ano. Além disso, a AGU emitiu um parecer contrário ao programa, apontando sua inconstitucionalidade.
Em suma, a proposta de implementação de escolas cívico-militares em São Paulo tem gerado polêmica e debates sobre sua viabilidade e adequação ao ambiente escolar. A decisão de aderir ou não a esse modelo deve considerar não apenas a segurança dos alunos, mas também a liberdade, o respeito e a qualidade do ensino oferecido, garantindo um ambiente educacional saudável e propício ao desenvolvimento dos estudantes.