Condições de saúde dos profissionais da comunicação são comprometidas pela pressão e jornadas exaustivas, aponta audiência no Congresso.

Profissionais da área de comunicação têm enfrentado um crescente agravamento em suas condições de saúde física e mental, de acordo com os debates realizados em uma audiência pública promovida pelo Conselho de Comunicação Social (CCS) do Congresso Nacional. Na sessão, realizada na última segunda-feira (1º), diversos problemas foram apontados como recorrentes e significativos, tais como flexibilização dos direitos trabalhistas, baixa remuneração, pressão e jornadas exaustivas.

O conselheiro José Antônio de Jesus da Silva, responsável por solicitar e presidir a audiência, enfatizou que as pressões presentes no ambiente de trabalho afetam não apenas os jornalistas, mas também radialistas, cinegrafistas e outros profissionais da área. Segundo ele, é fundamental discutir no Congresso Nacional o impacto dessas pressões na saúde mental e física desses trabalhadores.

A analista em ciência e tecnologia e jornalista da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), Cristiane Reimberg, apresentou resultados de uma pesquisa realizada em 2015 na Universidade de São Paulo (USP) que analisou as condições de trabalho e saúde dos profissionais da imprensa. A pesquisa destacou a constante flexibilização dos direitos trabalhistas dos jornalistas, que frequentemente trabalham longas jornadas, ultrapassando as 14 horas diárias, sem respeitar plantões ou dias de descanso.

Além disso, a organização do trabalho na área de comunicação foi apontada como um fator que contribui para o adoecimento dos profissionais. Com a exigência de realizar diversas funções e a pressão por alta produtividade, os jornalistas se veem submetidos a um ritmo acelerado de trabalho que pode levar ao esgotamento físico e mental.

Outro ponto ressaltado durante a audiência foi a falta de normas específicas de saúde e segurança para os profissionais de comunicação. A auditora fiscal do Trabalho Roseniura Santos destacou a urgência em estabelecer regras que considerem as particularidades do exercício dessas profissões, em um processo tripartite que envolva o Ministério do Trabalho, representações patronais e de trabalhadores.

Diante dessas questões, é evidente a necessidade de se discutir e implementar medidas que garantam a saúde e o bem-estar dos profissionais da área de comunicação, protegendo-os dos impactos negativos de um ambiente de trabalho cada vez mais exigente e desgastante. A adoção de normas específicas e o respeito aos direitos trabalhistas são passos essenciais para promover um ambiente mais saudável e equilibrado para esses trabalhadores tão essenciais para a sociedade.

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