Investir no casamento ou no amor? A difícil escolha dos investidores do coração em busca da verdadeira felicidade e realização pessoal.

Recentemente, tenho observado um comportamento recorrente entre alguns amigos casados: eles tratam seus relacionamentos como uma forma de investimento a longo prazo, algo parecido com um CDB do matrimônio. Não há nada de errado em investir no amor, afinal, é uma das formas mais valiosas de investimento que podemos fazer. No entanto, o problema surge quando o foco do investimento está no casamento em si, e não no amor que deveria sustentá-lo.

Um dos meus amigos, por exemplo, não suporta mais a companhia de sua esposa. A relação deles é tão desgastante que mal conseguem conviver juntos e passam a maior parte do tempo se desentendendo. Mesmo assim, eles continuam juntos há quase vinte anos, simplesmente por medo de ficarem sozinhos. Outro exemplo é uma colega de trabalho que está frustrada porque seu marido se recusa a ter relações íntimas há anos. Quando perguntei por que ela não se separava, ela respondeu que, aos cinquenta e seis anos, poderia não encontrar alguém tão bom quanto ele.

É evidente que o medo da solidão e do envelhecimento sozinho está por trás de muitos relacionamentos que parecem mais baseados na conveniência do que no amor. Vivemos em um mundo que valoriza e incentiva a vida a dois, tornando difícil considerar outras opções, como relacionamentos não monogâmicos ou até mesmo a vida solteira.

Nesse sentido, pensadoras como Brigitte Vasallo e bell hooks sugerem a formação de novas redes de afeto, fortalecendo amizades e criando comunidades de amigos. Saímos de um modelo fechado de vida a dois para explorar novas possibilidades de conexão e afeto.

Portanto, é importante encarar o casamento como um investimento com riscos, mas também com rendimentos garantidos no presente. O presente é o único momento que verdadeiramente possuímos, e é essencial aproveitá-lo ao máximo. Ao final, todas as outras coisas são apenas especulações. É necessário coragem para romper com os padrões tradicionais e buscar novas formas de conexão e relacionamento que sejam mais autênticas e significativas.

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