Esses eventos, conhecidos pelos conflitos e brigas que ocorriam frequentemente, têm ressurgido nos últimos três anos em diversas regiões do Rio de Janeiro, especialmente nas zonas norte e oeste, além da Baixada Fluminense. O público que antes frequentava esses bailes se dividiu: enquanto a maioria deixou a violência de lado e agora leva suas famílias para reuniões mais pacíficas, alguns ainda buscam a adrenalina e o tumulto dos antigos eventos.
Nas celebrações atuais, conhecidas como bailes da antiga, as famílias se reúnem para dançar os mesmos funks que embalaram suas vidas, mas sem as brigas e rixas do passado. Eventualmente, ex-inimigos se reencontram e passam a noite compartilhando histórias e lembranças do passado.
No entanto, os bailes de corredor mais violentos continuam a acontecer de forma secreta. Frequentadores, agora na faixa dos 40 e 50 anos, se misturam aos jovens em busca de emoção, mantendo os encontros longe dos olhos das autoridades e divulgando detalhes apenas em grupos restritos nas redes sociais.
Os eventos são marcados pela rivalidade entre grupos de bairros e favelas do Rio de Janeiro, divididos entre lados A e B, onde as disputas muitas vezes se intensificavam. Os DJ’s entoam funks com letras que exaltam as comunidades presentes e intimidam os rivais, recriando cenários de rivalidade e tensão do passado.
Apesar dos riscos e das críticas de que a violência desses eventos foi potencializada pela expansão das facções criminosas e milícias, alguns frequentadores afirmam que estar presentes nesses bailes é como reviver uma paixão antiga, uma forma de se sentirem jovens novamente, unidos pela música e pelas emoções vividas no passado.
Os bailes de corredor, que no passado foram palco de violência e conflitos, agora ressurgem como uma forma de nostalgia e celebração, mantendo viva a cultura e a identidade dos funkeiros da década de 1990, que encontram nesses eventos uma forma de reviver as emoções e experiências únicas que marcaram suas vidas.