Já na França, a Danone enfrentou um processo semelhante um ano antes, sendo acusada por organizações ambientais de não ter feito o suficiente para reduzir o impacto ambiental dos resíduos plásticos de seus produtos. Esses casos refletem a crescente preocupação global com a poluição plástica e suas consequências para o planeta.
Essas questões foram debatidas em meio às negociações do Tratado Global Contra a Poluição Plástica, promovido pela ONU, que tem como objetivo reduzir o impacto dos resíduos plásticos no ambiente. As discussões, que devem resultar no acordo final até o final de 2024, levantam questionamentos sobre a disparidade entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento em relação aos desafios da gestão dos resíduos.
O Brasil se destaca nessas negociações ao liderar o debate sobre o financiamento das medidas necessárias para cumprir as obrigações do tratado. Durante as últimas rodadas de negociações, foi criado um grupo de trabalho interseccional para propor soluções financeiras viáveis para os países em desenvolvimento implementarem as medidas necessárias.
A ministra Maria Angélica Ikeda enfatizou a importância de mecanismos de financiamento robustos para garantir que os países em desenvolvimento possam cumprir as obrigações estabelecidas no tratado. A colaboração de países desenvolvidos, como os EUA e Suíça, nesse debate é fundamental para alcançar um acordo global eficaz.
No entanto, o cenário político instável em alguns territórios, como a possível volta de Donald Trump ao poder nos EUA, representa um desafio para a concretização dessas negociações. A expectativa é que o Tratado Global Contra a Poluição Plástica se torne o maior pacto ambiental do planeta desde o acordo climático de Paris de 2015, refletindo a urgência e a complexidade do tema da poluição plástica.