Uma das principais questões levantadas por Le Pen é o possível impacto que sua liderança poderia ter nas relações da França com outros países, como a Ucrânia. A líder de extrema-direita é aliada do presidente russo, Vladimir Putin, o que coloca em dúvida o compromisso francês em apoiar a Ucrânia em sua guerra contra a Rússia.
Além disso, Le Pen indicou que seu protegido, Jordan Bardella, poderia assumir um papel de destaque no governo caso o Reunião Nacional conquiste a maioria. Bardella, que tem apenas 28 anos e nenhuma experiência governamental, poderia ter influência nas decisões relacionadas à defesa nacional da França e suas Forças Armadas.
O cenário político na França é ainda mais complexo devido ao sistema semipresidencialista do país. Com a possibilidade de um governo de tendências radicais e a potencial coabitação entre o presidente Macron e um primeiro-ministro hostil às suas políticas, a divisão de poder e responsabilidades se torna uma questão crucial.
A incerteza em relação ao futuro político da França gera preocupação entre especialistas constitucionais e políticos, que alertam para possíveis repercussões globais. Com a França possuindo armas nucleares e tropas em zonas de conflito ao redor do mundo, a forma como o poder será compartilhado no país pode ter impactos significativos em questões de defesa e política externa.
Diante dessa conjuntura, o primeiro turno das eleições parlamentares no domingo se torna ainda mais crucial para o futuro do país. O resultado incerto e as possíveis alianças políticas aumentam a tensão e a expectativa em relação ao desfecho das eleições.
Enquanto grupos de esquerda e ativistas se mobilizam para impedir o avanço do Reunião Nacional, a disputa eleitoral promete ser acirrada e determinante para o rumo político da França nos próximos anos. Com Le Pen confiante em traduzir o sucesso nas eleições europeias em uma vitória nacional, o cenário político francês vive um momento de intensa especulação e incerteza.