A plumagem do filhote é tão rica em cores, lembrando pinceladas de um pintor atormentado como Van Gogh, mas ao mesmo tempo irradiando tons alegres como uma tela naïf. A pureza e a delicadeza do pássaro parecem ecoar a admiração das pessoas nas redes sociais, que se surpreendem com a natureza e sua generosidade.
No entanto, a realidade por trás da imagem revela algo surpreendente. O pássaro, assim como muitos outros criados artificialmente pela inteligência artificial, evidencia a capacidade da tecnologia de replicar a beleza e a extravagância da natureza. A era dos “pássaros AI” já é uma realidade, e a quantidade dessas criaturas fantásticas parece crescer a cada dia.
Apesar de sua aparência encantadora, muitos desses pássaros artificiais deixam claro que são criações da inteligência artificial. Mas ainda assim, há uma parcela da sociedade que parece enganada pela perfeição dessas criaturas sintéticas.
A aceitação cega da inteligência artificial e de suas criações levanta questões sobre a capacidade da humanidade de discernir entre o real e o artificial, entre o belo e o grotesco. O linguista Marcos Bagno expressa sua indignação diante da tendência de valorizar falsificações e fantoches, em detrimento da realidade.
A presença cada vez maior da inteligência artificial em nossas vidas levanta a questão crucial: a humanidade escolherá ser naturalmente burra diante da tecnologia? A linha tênue entre acreditar em falsificações kitsch e em teorias absurdas mostra como a sociedade pode se perder em meio às inovações tecnológicas.
Diante do avanço da inteligência artificial, é fundamental manter a capacidade crítica e a lucidez para discernir a verdade da falsidade. Os robôs vieram para ficar, mas não devemos nos render a eles sem questionar. A reflexão sobre o impacto da tecnologia em nossa sociedade é essencial para garantir um futuro mais justo e equilibrado.