Ministro Ricardo Lewandowski defende descriminalização do porte de maconha em evento no Ministério da Justiça e Segurança Pública

O ministro Ricardo Lewandowski, em evento no Ministério da Justiça e Segurança Pública, defendeu a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de descriminalizar o porte de maconha para uso pessoal. Segundo o ministro, essa decisão é necessária para corrigir uma “diferenciação injusta” entre usuários e traficantes, especialmente quando se trata de cor e classe social. Lewandowski ressaltou que a prisão de pessoas negras da periferia por posse de drogas muitas vezes é associada a tráfico, enquanto pessoas brancas de classe média ou alta são consideradas apenas usuárias.

A decisão do Supremo, que deve ser proclamada em breve, estabelece que portar maconha para uso pessoal não será mais considerado crime no Brasil, embora continue sendo um ato ilícito. A corte ainda precisa definir a quantidade exata que diferencia um usuário de um traficante. Para o ministro, essa distinção ajudará a reduzir a superlotação das prisões ao evitar a detenção de indivíduos que são apenas usuários.

Além disso, o Ministério da Justiça lançou três iniciativas para fortalecer as políticas sobre drogas: o programa Cria, que visa capacitar profissionais da educação em todo o país; o Centro de Estudos sobre Drogas e Desenvolvimento Social Comunitário (Cdesc); e o Subsistema de Alerta Rápido para Novas Drogas (SAR). O SAR permitirá a identificação mais rápida de novas substâncias psicoativas, contando com a participação de diversas entidades.

O programa Cria também busca fortalecer a capacitação de profissionais da educação, celebrando acordos com estados e municípios para adesão ao programa. O objetivo é fortalecer não apenas a repressão ao crime, mas também a resiliência das comunidades vulneráveis diante do crescimento do crime organizado. A decisão do STF e as iniciativas do Ministério da Justiça representam passos importantes na revisão das políticas de drogas no país.

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