A obra, inspirada na famosa xilogravura “A Grande Onda de Kanagawa” do artista japonês Katsushika Hokusai, tem como objetivo alertar sobre a presença massiva de plástico nos oceanos e serve como um manifesto artístico. Com mais de 1.100 sacolas plásticas emendadas formando uma superfície de 605 metros quadrados, a instalação foi criada pelo coletivo Flutua e pelo projeto Pimp My Carroça, liderado por Mundano desde 2012, que busca dar visibilidade ao importante trabalho dos catadores de materiais recicláveis em todo o Brasil.
Dentro da instalação, os visitantes puderam vivenciar uma cenografia que simulava o fundo do mar, com corais e diversos resíduos plásticos, como garrafas PET, vapers e restos de grama sintética. Mundano destacou que a intervenção é uma provocação tanto para os consumidores quanto para os governos e a indústria, enfatizando a necessidade de repensar o consumo de plásticos desnecessários e de uso único.
O artista ressaltou a importância de uma mudança de postura por parte dos consumidores, que devem recusar produtos plásticos de uso único, e também da indústria, que precisa rever seus padrões de embalagens. Além disso, ele reforçou a urgência de medidas por parte do poder público para combater a “tsunami de plástico” que ameaça o meio ambiente.
O lixo plástico é atualmente uma das maiores crises ambientais globais, com estimativas indicando que, se nada for feito para interromper o fluxo desenfreado de resíduos plásticos, em 2050 haverá mais plástico do que peixe nos oceanos. Nesse contexto, a Organização das Nações Unidas está em processo de elaboração do Tratado Global Contra a Poluição Plástica, com previsão de conclusão até o final de 2024.
O 3º Congresso Internacional Cidades Lixo Zero, que conta com a participação ativa do Instituto Lixo Zero, reúne especialistas nacionais e internacionais para discutir maneiras de reduzir a produção de resíduos sólidos e promover o desenvolvimento de cidades sustentáveis. O evento conta com painéis de discussão sobre as dimensões social, econômica e de governança desses processos, e tem a presença de palestrantes de diversos países, contribuindo para enriquecer o debate sobre o tema.
A megaonda plástica foi desenvolvida pelo Movimento Reinventando Futuros, por meio do projeto Maré de Mudanças, que busca conscientizar sobre as ameaças aos oceanos e incentivar ações para a conservação dos recursos marinhos. A iniciativa tem como objetivo gerar reflexão e engajamento da sociedade em relação ao problema crescente do lixo plástico que impacta diretamente o meio ambiente e a vida marinha. Uma intervenção artística que busca causar impacto e promover a conscientização sobre a urgência de combater a poluição plástica nos oceanos e em todo o planeta.