Durante as eleições, a questão ambiental foi central no discurso de Lula, que prometeu tornar as questões ambientais prioritárias em seu terceiro mandato. Desde então, a gestão do Ministério do Meio Ambiente reverteu medidas de Ricardo Salles, reduziu índices de desmatamento e reativou o Fundo Amazônia. No entanto, o governo ainda prevê seguir investindo em combustíveis fósseis e enfrenta oposição da bancada ruralista no Congresso, que promove avanços em legislações ambientais consideradas prejudiciais por ambientalistas.
A ministra Marina enfrenta um cenário complexo, com incêndios no Pantanal, reivindicações dos servidores ambientais por melhores condições de trabalho e dificuldades em sua articulação com o Congresso e o governo. A construção de relevância da agenda ambiental enfrenta resistência de ministérios e grupos políticos, e a própria pasta do Meio Ambiente é vista como enfraquecida em comparação com outras estruturas do governo.
No entanto, Marina recebe elogios pela redução do desmatamento, recriação de conselhos ambientais, reativação de fundos e planos ambientais, atuação internacional e conquista da sede da próxima COP30. Apesar dos avanços, a avaliação é que o Ministério do Meio Ambiente não tem o peso esperado e está sujeito a desmontes futuros por mudanças governamentais.
O impasse entre a agenda ambiental e as demandas econômicas e de governabilidade demonstram as dificuldades enfrentadas por Marina Silva em sua gestão. A pasta do Meio Ambiente continua como um setor sensível do governo, sujeito a pressões de diversos setores e com desafios a serem superados para alcançar efetivamente suas metas em prol do meio ambiente.