Mas o que leva algumas pessoas a se voluntariarem enquanto outras não? Segundo a psiquiatra Silza Tramontina, a decisão de se voluntariar em situações de crise está ligada ao instinto de sobrevivência ativado por neurotransmissores cerebrais, como a adrenalina e a dopamina. A busca por adrenalina pode ser um dos motivos que levam as pessoas a se exporem ao perigo para ajudar os outros, enquanto a dopamina traz uma sensação de recompensa por se sentir útil.
No entanto, a ativação constante desses neurotransmissores pode levar a consequências negativas. O excesso de adrenalina pode comprometer o bom funcionamento do cérebro, enquanto a dopamina pode levar a pessoa à exaustão, sem que ela perceba. A psiquiatra Arthur Guerra alerta que a dopamina pode gerar comportamentos compulsivos e prejudicar a percepção de esgotamento físico e mental.
Após o período de voluntariado, muitas pessoas podem desenvolver transtornos psicológicos, como estresse pós-traumático, ansiedade e depressão. Estudos mostram a importância do apoio psicológico pós-desastres para auxiliar na recuperação emocional das pessoas afetadas. Portanto, é fundamental que os voluntários recebam suporte psicológico para lidar com as consequências emocionais das enchentes.
Mesmo diante dos desafios e do cansaço, os voluntários continuam se dedicando a ajudar a população afetada pelas enchentes no Rio Grande do Sul. A solidariedade e a união demonstradas nesse momento de crise são essenciais para superar as adversidades e reconstruir o que foi perdido. A atuação voluntária é fundamental para garantir o bem-estar e a assistência necessária às pessoas atingidas pelas enchentes.