Ministério Público investiga policiais em Goiás por cantar música que incita violência em vídeo viralizado nas redes sociais.

O Ministério Público de Goiás abriu um procedimento para investigar um vídeo em que policiais militares aparecem cantando uma música que exalta a violência. O vídeo, divulgado pelo site Metrópoles, mostra um grupo de policiais marchando em um treinamento enquanto entoam os versos que falam sobre assassinato e caça à testemunha.

A letra da música diz: “Matar o bandido, acende uma vela, bota ele na mala, eu vou para estrada velha. Eu tenho uma notícia e um corpo baleado. E a testemunha, aponta o caçador. Eu quero a testemunha na sexta-feira à tarde. Eu ‘tô’ de viatura, caçando esse covarde. Se eu pego, eu atiro sem dó nem compaixão. Minha emoção é zero, o verdadeiro inferno.”

O vídeo teria sido gravado durante um Curso de Operações de Divisas, comandado pelo tenente-coronel Edson Melo, conhecido como Edson Raiado, que ganhou destaque por sua participação nas operações de busca pelo serial killer Lázaro Barbosa em Brasília. Melo é ex-chefe de segurança do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e recentemente se afastou de suas atividades para assumir a segurança particular do pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal.

Após a repercussão do vídeo, tanto Marçal quanto Melo usaram as redes sociais para se defender. O político afirmou que o tenente-coronel é um policial honrado, enquanto Melo declarou que não se abala com inimigos fortes, afirmando que se opõe apenas a guerreiros extremamente fortes.

A Polícia Militar de Goiás e o governo do estado emitiram notas oficiais respaldando o trabalho das tropas de segurança e afirmando que investem em cursos de formação para corrigir possíveis excessos. O Ministério Público, por sua vez, informou que a apuração será conduzida pela Área Criminal do Centro de Apoio Operacional da Promotoria e pelo Gaesp, grupo especial para controlar a atividade policial.

O tenente-coronel Edson Melo também é conhecido por sua tentativa fracassada de se candidatar a deputado federal em 2022, envolvendo-se em situações polêmicas durante a campanha eleitoral. Um vídeo em que ele simulava uma decapitação foi considerado propaganda eleitoral irregular e foi retirado do ar por ordem judicial.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo