A operação foi liderada pelo delegado José Wilson Richetti, cujo objetivo era “limpar a cidade” de tudo que considerava ofensivo aos “bons costumes”. A perseguição indiscriminada à população trans e de travestis da Grande São Paulo começou em 27 de fevereiro de 1987 e durou até 10 de março do mesmo ano. Centenas de pessoas foram submetidas a situações humilhantes, com a polícia agindo de forma truculenta e violenta.
Outras operações semelhantes, como a Arrastão e a Limpeza, também foram realizadas, visando reprimir mulheres trans e travestis e “espantar a clientela” para reduzir a propagação do HIV. A polícia agia de maneira homofóbica, utilizando a desculpa da saúde pública para justificar a violência e a perseguição às minorias.
O Largo do Arouche, espaço de resistência LGBTQIA+ desde os anos 1950, era alvo frequente das autoridades, que buscavam reprimir as manifestações de identidade e afeto desse grupo. A ação da polícia foi comparada a práticas ditatoriais, tratando as minorias como “elementos subversivos” devido à sua sexualidade.
Apesar dos mais de 35 anos passados, a perseguição às trans e travestis ainda persiste no Brasil. Em 2023, foram registradas 155 mortes de pessoas trans, a maioria resultante de assassinatos ou suicídios após serem vítimas de violência. A brutalidade da polícia e a falta de apoio da sociedade evidenciam a urgência de combater o preconceito e a discriminação contra essa população vulnerável.