A denúncia envolvendo a deputada Lucinha e sua ex-assessora, Ariane Afonso Lima, foi feita pelo procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos. As acusações apontam a ligação das acusadas com a milícia conhecida como Bonde do Zinho, Tropa do Z ou Família Braga, com atuação na zona oeste do Rio de Janeiro. De acordo com a denúncia, Lucinha e Ariane faziam parte do núcleo político da organização criminosa liderada por Luis Antonio da Silva Braga, conhecido como Zinho.
As investigações revelaram que a milícia possuía diferentes subgrupos, incluindo um operacional, financeiro e político, este último composto pelas acusadas. A denúncia aponta que Lucinha e Ariane forneciam informações privilegiadas ao grupo criminoso, interferiam em investigações em andamento e tentavam obter benefícios ilícitos através do seu cargo político.
Além disso, as acusações indicam que a deputada e sua ex-assessora interferiram junto a autoridades municipais em benefício da milícia, inclusive tentando manter a Brecha da P5 no transporte público alternativo da cidade, uma importante fonte de recursos para o grupo criminoso. Outros episódios relatados na denúncia incluem a interferência para a libertação de membros presos da milícia e a tentativa de remover autoridades policiais envolvidas no combate ao crime organizado.
As acusadas enfrentam a possibilidade de responder pelo crime de constituição de milícia privada, previsto no Código Penal, podendo resultar em penas de prisão, multa e perda da função pública. Com a aceitação da denúncia pelo Judiciário, Lucinha e Ariane passarão a ser rés e responderão ao processo judicial. A transparência sobre o processo no Conselho de Ética da Alerj é fundamental para garantir a lisura das investigações e a responsabilização dos envolvidos.