Segundo a ação movida pelo MPF e pela DPU, as postagens dos policiais configuram abusos no direito à liberdade de expressão, estimulando a violência policial e estigmatizando a população negra, pobre e periférica. O procurador regional dos Direitos do Cidadão adjunto do MPF no Rio de Janeiro, Julio Araujo, ressaltou a importância da suspensão para combater esse tipo de conteúdo prejudicial.
Além da suspensão temporária das postagens, a Justiça solicitou que a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Estado prestem informações sobre os procedimentos adotados para o controle de postagens em redes sociais e para compor o polo ativo da ação civil pública, respectivamente.
O caso começou a ser investigado após reportagens do Ponte Jornalismo destacarem o conteúdo violento veiculado por policiais em diversos canais do YouTube. Na ação civil pública, o MPF e a DPU pediram não apenas a exclusão imediata dos trechos mencionados, mas também a adoção proativa de medidas pelo Google para casos futuros, como a fiscalização e moderação do conteúdo postado em canais específicos.
Além disso, as instituições requereram que o Estado regule o discurso de ódio por membros da Polícia Militar e aplicem medidas disciplinares em relação aos casos já mencionados. A condenação do Google ao pagamento de indenização de R$ 1 milhão e dos policiais a R$ 200 mil por danos morais coletivos também foi solicitada.
A Agência Brasil tentou entrar em contato com o Google e a Polícia Militar para comentar sobre o assunto, mas até o fechamento da matéria não obteve resposta.