Copom decide manter taxa Selic em 10,5% ao ano, gerando críticas políticas e do setor produtivo, que esperavam continuidade dos cortes.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a decisão de manter a taxa Selic em 10,5% ao ano foi duramente criticada por políticos e representantes do setor produtivo. Segundo eles, essa escolha vai prejudicar a recuperação da economia. A presidente do PT, Gleisi Hoffman, expressou sua insatisfação nas redes sociais, afirmando que não há justificativa técnica, econômica ou moral para manter os juros nesse patamar. Ela ainda criticou o Banco Central por aparentemente favorecer interesses do mercado financeiro em detrimento da economia real.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também se mostrou descontente com a decisão do Copom, considerando-a inadequada e excessivamente conservadora. A entidade havia pedido a continuidade dos cortes na taxa básica de juros, argumentando que isso poderia contribuir positivamente para a atividade econômica. O presidente da CNI, Ricardo Alban, defendeu que a manutenção dos cortes seria mais benéfica, pois ajudaria a reduzir os custos financeiros das empresas e dos consumidores, sem comprometer o controle da inflação.

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) também se pronunciou, indicando que a manutenção dos juros em níveis elevados reflete uma postura excessivamente cautelosa do Copom diante da inflação. Para a Abimaq, a alta taxa de juros prejudica o crescimento econômico ao pressionar negativamente o setor produtivo e desencorajar investimentos essenciais para o desenvolvimento sustentável do país.

Além disso, a Associação Paulista de Supermercados (Apas) alertou para os impactos negativos dos juros altos no consumo das famílias. O economista-chefe da Apas, Felipe Queiroz, expressou preocupação com a manutenção da Selic em 10,5% ao ano, destacando as possíveis consequências negativas para o investimento e o consumo das famílias.

A decisão do Copom também foi alvo de críticas das centrais sindicais, que consideraram a manutenção dos juros básicos como uma medida que prejudica a economia e a população em geral. Para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a alta taxa de juros dificulta o crescimento econômico e revela um viés pró-mercado financeiro por parte do Banco Central. Já a Força Sindical classificou a decisão como desastrosa, destacando que os juros altos beneficiam apenas os rentistas, em detrimento do desenvolvimento do país e dos trabalhadores.

Diante de tantas críticas, a estabilidade da Selic em 10,5% ao ano preocupa não só os setores produtivos, mas também sinaliza um desafio para a retomada do crescimento econômico e a geração de empregos no país. A decisão do Copom gerou um cenário de incertezas e insatisfação entre diversos segmentos da sociedade, que esperavam uma postura mais favorável à recuperação da economia.

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