Comissão de Direitos Humanos discute equiparação de aborto tardio a homicídio em audiência pública histórica.

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal está preparando uma audiência pública para discutir o controverso projeto de lei (PL 1.904/2024) da Câmara dos Deputados, que propõe equiparar o aborto de gestação acima de 22 semanas ao crime de homicídio. O requerimento para a realização do debate foi feito pelo presidente do colegiado, senador Paulo Paim (PT-RS), que classificou a proposta como uma das “maiores barbáries” já cometidas contra crianças, jovens e mulheres em geral.

O senador Paim expressou sua indignação com o projeto, afirmando que a condenação da gestante proposta na legislação seria maior do que a do estuprador, o que considera cruel e injusto. Ele ressaltou a crescente incidência de denúncias de estupro no Brasil e apresentou dados alarmantes, como as 7.887 denúncias de estupro de vulnerável registradas nos primeiros meses de 2024.

Além disso, Paim mencionou o Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (Raseam) de 2022, que identificou 67.626 ocorrências de estupro em mulheres no país, equivalendo a um estupro a cada 8 minutos. A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) também apoiou a iniciativa de Paim e destacou a importância da mobilização da comissão para impedir a tramitação do projeto.

Por outro lado, a CDH também vai debater a sustentabilidade da previdência pública, em resposta aos apelos da mídia e de alguns especialistas econômicos por uma nova reforma previdenciária. O senador Paim argumentou que, de acordo com o relatório final da CPI da Previdência, o sistema atual é rentável e não justifica uma nova reforma neste momento.

Ainda não há data confirmada para ambas as audiências públicas, mas a expectativa é de que os debates sejam acalorados e envolvam diferentes visões sobre esses temas sensíveis e cruciais para a sociedade brasileira. A Comissão de Direitos Humanos se mostra ativa e comprometida em promover discussões relevantes e contribuir para a defesa dos direitos fundamentais dos cidadãos.

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