STF decide abrir ação penal contra irmãos Brazão e delegado por morte de Marielle Franco em decisão unânime da Primeira Turma.

A decisão da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) nesta terça-feira (18) foi unânime e marcou um importante passo na investigação sobre a morte da vereadora Marielle Franco, do PSOL, em março de 2018. Os ministros acompanharam o voto do relator do inquérito, ministro Alexandre de Moraes, que defendeu a abertura da ação penal contra os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, acusados de serem os mandantes do crime.

Além dos irmãos Brazão, o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil, e os policiais militares Robson Claixto, o Peixe, e Ronald Pereira também serão réus no processo, sob acusações de participação no planejamento do assassinato de Marielle.

O embasamento para a denúncia veio da colaboração firmada por Ronnie Lessa, executor do crime. A delação premiada de Lessa serviu de base para a acusação feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O relator do inquérito afirmou que o Ministério Público terá a responsabilidade de ampliar a comprovação das acusações para garantir a condenação dos réus.

O ministro Moraes ressaltou a importância do contraditório e da ampla defesa dos acusados durante o processo, afirmando que a denúncia apresenta os indícios mínimos necessários para o recebimento da ação penal. Mesmo diante das críticas das defesas, que questionaram a falta de provas concretas, Moraes considerou que a denúncia não se baseia apenas na delação de Ronnie Lessa.

A decisão da Primeira Turma em manter o caso sob a competência do STF foi contestada pelos advogados dos réus, que alegaram a falta de nexo causal entre o exercício do mandato parlamentar de Chiquinho Brazão e o crime de organização criminosa do qual é acusado.

No entanto, Moraes argumentou que a suposta organização criminosa é um crime permanente, o que inclui o período de mandato de Chiquinho a partir de 2019. O relator também destacou o nexo funcional entre o mandato parlamentar e a obstrução da investigação, salientando a influência conferida pelo cargo para a prática do crime.

Dessa forma, a decisão da Primeira Turma do STF representa um avanço na investigação do assassinato de Marielle Franco e indica que o processo seguirá com a análise das provas e depoimentos para a possível condenação dos réus.

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