Evangélicos da Marcha para Jesus se preocupam com mudanças climáticas e defendem ação humana para resolver problemas ambientais, revela pesquisa do Iser.

Recentemente, uma pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos da Religião (Iser) revelou que os evangélicos que participam da Marcha para Jesus estão preocupados com as mudanças climáticas e reconhecem a influência da ação humana nesse processo. De acordo com o levantamento, 70% dos entrevistados discordam da afirmação de que o aquecimento global é uma mentira, o que demonstra que uma parcela considerável dos evangélicos praticantes está ciente dos impactos do aquecimento global e das mudanças climáticas em seu dia a dia.

A pesquisa “Cristianismos e narrativas climáticas” analisou como grupos católicos e evangélicos interpretam os debates sobre meio ambiente, natureza e mudanças climáticas. Os dados levantados têm como objetivo contribuir para a compreensão das perspectivas dos cristãos do Brasil em relação a essas questões urgentes.

Realizada a partir de metodologias quantitativas e qualitativas em ambientes digitais e nas ruas, a pesquisa entrevistou cerca de 673 pessoas em Marchas para Jesus realizadas em São Paulo, no Rio de Janeiro e Recife, entre junho e dezembro de 2023. A maioria dos participantes entrevistados tinha entre 16 e 39 anos.

Segundo a antropóloga Jacqueline Teixeira, que coordenou o estudo, os resultados mostram que os evangélicos que participam da Marcha para Jesus estão buscando se informar sobre as pautas climáticas e avaliam criticamente as informações recebidas. Além disso, demonstram uma preocupação genuína com o tema e reconhecem a responsabilidade humana nas questões ambientais.

A pesquisa também revelou que a maioria dos evangélicos entrevistados acredita na responsabilidade do Estado em criar políticas públicas para preservar o meio ambiente e lidar com as mudanças climáticas. Além disso, a grande maioria entende que as mudanças climáticas são resultado da ação humana e não de intervenção divina.

Em relação às falas de figuras políticas sobre o tema, a pesquisa mostrou que a maioria dos entrevistados discorda de declarações polêmicas, como a associação entre a umidade da Amazônia e os incêndios na região feita por uma figura pública.

No entanto, apesar da conscientização e preocupação demonstradas pelos evangélicos na pesquisa, a maioria dos entrevistados afirma não haver atividades relacionadas ao meio ambiente em suas igrejas. Ainda assim, a maioria concorda que a igreja deveria abordar o tema e se informa sobre questões ambientais por meio de fontes online.

Em suma, os resultados da pesquisa revelam um interesse crescente por parte dos evangélicos em questões climáticas e ambientais, indicando uma mudança de perspectiva e uma abertura importante para discutir e agir contra as mudanças climáticas.

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