O Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes, administrado pelo ICMBio, é uma das principais unidades de conservação marinha do Brasil, com mais de 67 mil hectares de área protegida. A região abriga uma grande diversidade de flora e fauna, com mais de 1.300 espécies catalogadas, das quais pelo menos 259 são peixes protegidos.
Thais Rodrigues, chefe do ICMBio Alcatrazes, destaca que é comum avistar tubarões diariamente no arquipélago, com as espécies mais comuns sendo o tubarão-martelo e o galha-preta. A área é considerada um “berçário” para esses peixes, que ainda estão na fase juvenil de desenvolvimento. Após décadas de pressão ambiental, o arquipélago se tornou um Refúgio de Vida Silvestre em 2016, com estratégias de monitoramento e fiscalização para proteger a vida marinha.
O estudo da Unifesp, realizado entre 2022 e 2023, identificou a presença de sete espécies de tubarões em Alcatrazes, sendo que seis delas estão ameaçadas de extinção. O biólogo Otto Bismarck Gagig, especialista em tubarões, ressalta que a sustentabilidade desse crescimento populacional só será confirmada daqui a uma década, devido aos padrões biológicos desses animais.
O aumento do avistamento de tubarões tem despertado o interesse de turistas e mergulhadores em São Sebastião e Ilhabela. Operadoras de mergulho na região já relatam um aumento na procura por expedições em Alcatrazes, onde é possível nadar próximo a esses animais fascinantes. A prefeitura de São Sebastião destaca a importância desse crescimento como um indicativo ambiental positivo.
Recentemente, houve um registro de um tubarão-azul na praia do Perequê, em Ilhabela, que chamou a atenção nas redes sociais. Especialistas garantem que não há relação entre esse caso isolado e a presença dos tubarões em Alcatrazes. A interação com a vida marinha na região promete atrair cada vez mais turistas e curiosos para admirar a beleza e diversidade dos oceanos.