Ministro do STF critica excesso de entidades como “amicus curiae” em processos e defende revisão de participação

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez duras críticas à participação de entidades como amicus curiae nos processos que tramitam na corte. Em sua visão, muitas dessas entidades não contribuem com informações relevantes para os julgamentos, focando mais em questões de Direito do que em conhecimentos interdisciplinares.

Segundo Fux, é necessário revisar a atuação dos amici curiae no STF. Ele argumenta que, muitas vezes, há um uso promíscuo e vulgar desse instrumento, que pode acabar atrasando os desfechos dos julgamentos. O ministro defende que, em casos em que há audiência pública, não seria necessário a presença do amicus curiae, e vice-versa.

A figura do amicus curiae foi criada em 2015, com o intuito de permitir que órgãos e entidades especializados participem dos processos como “terceiros interessados”, apresentando informações e argumentos úteis para os julgamentos. No entanto, Fux acredita que a participação dessas entidades precisa ser melhor regulamentada, a fim de evitar abusos e agilizar os processos no STF.

O ministro fez essas críticas durante a sessão no plenário do STF, que concordou em adiar o julgamento sobre a taxação de agrotóxicos, a pedido do PSOL. O processo estava pronto para ser votado, mas após o pedido de destaque de André Mendonça, os ministros decidiram realizar uma audiência pública antes de prosseguir com a votação.

Essa mudança de rumo no julgamento gerou discussões no plenário, com Mendonça ressaltando a importância de moderação das decisões diante de situações como essa. O caso, que já tinha oito votos registrados na modalidade virtual, agora será objeto de debate presencial, para garantir uma decisão mais embasada.

Diante desses acontecimentos, o papel dos amici curiae no STF e a forma como eles contribuem para os julgamentos estão sendo questionados, colocando em pauta a necessidade de uma revisão na atuação dessas entidades dentro do tribunal.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo