Desde então, o ícone da reciclagem tornou-se amplamente utilizado, estampando latas de lixo, materiais publicitários e embalagens de produtos em lojas e supermercados. A Sociedade da Indústria Plástica dos EUA foi uma das primeiras a adotar o símbolo, integrando números de 1 a 7 dentro do triângulo para identificar diferentes tipos de plásticos em 1988.
Segundo Marcus Nakagawa, professor de Responsabilidade Socioambiental e Sustentabilidade da ESPM, as imagens associadas a questões ambientais são um diferencial de mercado para as empresas. No entanto, ele ressalta que muitas empresas criam selos próprios, o que pode confundir os consumidores.
Recentemente, a agência ambiental dos Estados Unidos alertou para a associação enganosa do ícone de reciclagem com a classificação de plásticos, afirmando que isso pode levar os consumidores a acreditarem que o produto é reciclável, quando nem todas as resinas são efetivamente recicladas em larga escala.
Um relatório do Centro de Integridade Climática divulgado em fevereiro deste ano também apontou que as empresas petroquímicas promoveram campanhas enganosas para ocultar as limitações da reciclagem do plástico, visando proteger e expandir os mercados de plástico. Essas ações têm impacto direto nas políticas regulatórias relacionadas ao tratamento de resíduos e poluição plástica.
Portanto, apesar de seu impacto positivo inicial, o símbolo da reciclagem está envolto em polêmicas e controvérsias sobre sua real eficácia e transparência na indústria. É essencial que os consumidores estejam atentos e informados sobre as práticas de reciclagem e sustentabilidade das empresas para fazerem escolhas mais conscientes.