A reportagem da Folha acompanhou uma dessas operações em que os brigadistas se empenhavam em salvar as casas dos ribeirinhos. Embarcando em uma lancha da Marinha no rio Paraguai, os 11 brigadistas se dirigiram a uma área devastada pelo fogo, onde a vegetação seca era rapidamente consumida pelas chamas. Com equipamentos de proteção e uma bomba para abastecer as mangueiras, a equipe se desdobrava para realizar aceiros e evitar a propagação do incêndio.
Entre os brigadistas, encontra-se Débora Leite, a única mulher da equipe, que com coragem e determinação enfrenta as chamas, molhando o solo e combatendo os focos de incêndio. O trabalho desses heróis temporários dura seis meses, e durante o restante do ano, eles exercem outras profissões, como carpinteiro, cozinheira e até mesmo motorista de aplicativo.
Gustavo Vargas, veterano na brigada, relembra o ano trágico de 2020, marcado pelas piores queimadas no Pantanal, e ressalta a importância da solidariedade e do apoio da população e das autoridades públicas. A sensibilização causada por aquela tragédia resultou em melhorias na estrutura e no suporte dado aos brigadistas contra os incêndios.
Em meio ao cenário desolador causado pelas queimadas, a esperança ainda se mantém viva entre os combatentes do fogo do Pantanal. O trabalho incansável desses heróis anônimos é a única barreira entre a destruição e a preservação desse bioma tão precioso. Enquanto o fogo consome a paisagem, a determinação desses guerreiros alimenta a esperança de um futuro melhor para o Pantanal e para todos aqueles que dependem de sua preservação.