Presidente da Câmara pautará deputada mulher e moderada para relatar projeto de lei sobre aborto após 22 semanas de gestação.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou que irá designar uma deputada mulher, de centro e moderada, para ser a relatora do projeto de lei que propõe equiparar o aborto realizado após 22 semanas de gestação e com viabilidade do feto ao crime de homicídio, mesmo nos casos de estupro. Lira afirmou que a escolha de uma parlamentar mulher busca garantir a representatividade e abrir espaço para diferentes opiniões políticas no debate sobre o tema.

A declaração de Lira foi feita durante o IX Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral, em Curitiba, onde o presidente da Câmara participou de uma mesa de debates. Ele também minimizou a controvérsia em torno da votação simbólica da urgência do projeto no plenário da Câmara, destacando a importância do trabalho da relatora na elaboração do texto final.

O projeto em questão prevê penas rigorosas para o aborto após as 22 semanas de gestação, equiparando-o ao crime de homicídio simples, com uma pena de seis a 20 anos de reclusão. Lira ressaltou a necessidade de um debate mais aprofundado sobre o tema, porém, demonstrou confiança de que o Congresso não irá legalizar o aborto de forma geral, nem endurecer ainda mais as punições.

O presidente da Câmara também destacou que o projeto em discussão representa mais um embate entre a ala conservadora do Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). Em maio, o ministro Alexandre de Moraes suspendeu uma resolução do Conselho Federal de Medicina que restringia a realização do procedimento de assistolia fetal em gestações resultantes de estupro.

Para Lira, a redação final do projeto precisará conciliar as posições do CFM e do STF para obter aprovação no Congresso. Ele ressaltou a sensibilidade do assunto e a importância de considerar a complexidade e as circunstâncias que envolvem a questão do aborto.

Em meio a esse debate, a escolha da relatora do projeto se mostra crucial para garantir um processo democrático e inclusivo, onde diferentes perspectivas possam ser ouvidas e consideradas na elaboração da legislação. Agora, cabe aguardar os próximos passos do projeto e as possíveis modificações que a relatora poderá propor no texto final.

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