Segundo Lessa, três pessoas seriam responsáveis por essa prática criminosa no cartório: Jorge Panaro, seu filho, e um homem conhecido como Geleia. Eles teriam acesso privilegiado para manipular documentos, conseguir carimbos e registros retroativos, facilitando a grilagem de terras na região. A Associação de Registradores de Imóveis do Rio de Janeiro e o 9º RGI negaram qualquer envolvimento com o despachante citado na delação.
A Procuradoria-Geral da República acusou os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão como mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, alegando que ela representava um obstáculo aos interesses da família em práticas de grilagem de terras. O conflito entre os Brazão e o PSOL, partido de Marielle, remonta a anos atrás, com desavenças desde que Domingos teve o nome citado em um relatório da CPI das Milícias em 2008.
A investigação da PF revelou que a morte de Marielle resultaria na autorização dos irmãos Brazão para gerirem um loteamento irregular na zona oeste da cidade. Documentos encontrados na casa de Domingos Brazão indicam operações imobiliárias suspeitas de grilagem de terras, levantando preocupações sobre lavagem de dinheiro e corrupção.
A complexa rede de corrupção e crime organizado revelada por Ronnie Lessa em sua delação premiada coloca em xeque a integridade do sistema de registros de imóveis no Rio de Janeiro, além de expor as entranhas de uma disputa mortal por interesses escusos. Resta agora às autoridades investigarem a fundo essas revelações e trazer à justiça todos os envolvidos nesse esquema ilícito que mancha a reputação da cidade maravilhosa.