O conceito de cidades-esponja nasceu na cidade chinesa de Jinhua, onde a união de dois grandes rios causava enchentes constantes. Por meio de um projeto inovador em 2013, a cidade passou por transformações para lidar de forma mais eficaz com o excesso de água, resultando em parques alagáveis e renaturalização dos rios. O sucesso da iniciativa foi evidente, com a população reconectando-se com a natureza e evitando inundações.
No Brasil, regiões como o Rio Grande do Sul têm enxergado nos banhados uma oportunidade de implementar o conceito de cidades-esponja. Áreas úmidas e planas, os banhados outrora desempenhavam a função de absorver água da chuva e abrigar uma grande diversidade vegetal e animal. No entanto, com o avanço da urbanização e da agricultura, esses ecossistemas estão desaparecendo rapidamente.
Em Curitiba, a capital paranaense investe em parques-esponja desde a década de 1970. Um exemplo é o Parque Barigui, que tem a capacidade de armazenar água da chuva e evitar enchentes em áreas residenciais. Além disso, estudos apontam que cada real investido no Parque Barigui gera um retorno econômico de R$12,50 para a população.
No entanto, a proteção das margens dos rios, consideradas Áreas de Preservação Permanente (APP), tem enfrentado desafios devido a mudanças na legislação que flexibilizam as regras de construção nessas áreas. A atenção e a urgência para adaptação das cidades brasileiras diante das mudanças climáticas são fundamentais para evitar novos desastres e garantir a sustentabilidade urbana a longo prazo. A conscientização e o apoio de políticas públicas são essenciais nesse processo de transformação para cidades mais resilientes.