Durante sua prisão, Gastão Weyne foi conduzido sob escolta ao navio-presídio Princesa Leopoldina, onde permaneceu incomunicável por 36 dias. Mesmo diante dessa situação adversa, o tenente demonstrou sua dedicação aos estudos ao levar consigo livros técnicos e um compasso da marca Kern, que seriam fundamentais para sua formação acadêmica.
Filho de um militante do Partido Comunista Brasileiro, Gastão Weyne seguiu os passos políticos de seu pai desde a adolescência em Fortaleza, sua cidade natal. Mesmo diante da adversidade de ser considerado um comunista em um ambiente hostil, o tenente manteve sua postura ideológica e fortaleceu laços de amizade com outros oficiais contrários ao golpe militar.
Após ser liberado, Gastão conseguiu concluir seu curso de engenharia química no IME em 1964 e posteriormente transferiu-se para o Arsenal de Guerra de São Paulo, em Barueri. Sua trajetória acadêmica foi marcada por diversos cursos e formações, incluindo bacharelado, mestrado, doutorado, pós-doutorado e até mesmo o estudo do direito e filosofia.
Além de sua carreira acadêmica, Gastão Weyne atuou como professor em diversas instituições de ensino e exerceu também a advocacia e a perícia criminal. Sua vida social era marcada por sua paixão pela música, sendo um habilidoso violonista e gravando cinco CDs com chorinhos, alguns em parceria com os renomados Demônios da Garoa.
No dia 10 de junho de 2024, Gastão Weyne faleceu aos 88 anos, deixando sua esposa, filhos, netos e uma legião de amigos. Sua trajetória de luta, superação e dedicação ao conhecimento deixa um importante legado para as futuras gerações.