O presidente da Federarroz, Alexandre Velho, destacou que a importação de arroz pelo governo, para posterior venda a preço subsidiado, poderia desestimular os produtores nacionais e aumentar a dependência externa do cereal. Velho ressaltou que a manutenção do setor produtivo brasileiro é essencial para evitar uma maior dependência da importação de arroz de qualidade inferior e preço similar ou até mais elevado.
Segundo dados da Federarroz, não há risco de desabastecimento no país, visto que a área plantada aumentou e a quebra da safra devido às enchentes afetou apenas 15% da área plantada no Rio Grande do Sul. Além disso, a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta um crescimento de 2% na produção de arroz em 2024 em relação ao ano anterior.
Em resposta à polêmica do leilão, a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Arroz realizará uma reunião extraordinária para discutir uma posição unânime do setor produtivo, cooperativas e indústrias. A iniciativa tem como objetivo mostrar a união do setor orizícola brasileiro contra a medida do governo, que, segundo Velho, demonstra falta de sensibilidade.
O Ministério da Agricultura e Pecuária justifica a realização do leilão para evitar a especulação de preços devido às dificuldades enfrentadas pelos produtores gaúchos após a tragédia climática que atingiu o estado, responsável por 70% da produção nacional de arroz. Um novo processo de compra de arroz está previsto, sem data definida, visando a garantia da transparência e zelo pelo dinheiro público.
Em meio a todas essas discussões, a questão da importação de arroz pelo governo continua sendo um tema central de debates e preocupações para o setor produtivo de arroz no Brasil. A busca por um equilíbrio entre interesses comerciais e a preservação da produção nacional de arroz de qualidade permanece em destaque nas discussões entre as entidades envolvidas.