Ultradireita avança na eleição da União Europeia e bancada verde perde espaço, preocupando ambientalistas

Na última eleição do Parlamento Europeu, a bancada verde sofreu uma significativa perda de assentos, caindo de 71 para 52 deputados, conforme as projeções oficiais mais recentes indicam. Esse resultado contrapõe a tendência crescente da ultradireita, que se destacou nesse pleito eleitoral, marcando um cenário político adverso para a agenda ambiental na União Europeia.

No contexto anterior, em 2019, as questões ambientais estavam em destaque na Europa, com manifestações lideradas pela ativista sueca Greta Thunberg impulsionando a pauta climática. Naquela ocasião, as legendas verdes haviam alcançado seu melhor desempenho na história, tornando-se a quarta força política em Estrasburgo.

Contudo, o atual panorama eleitoral reflete uma mudança de foco por parte dos cidadãos europeus, com preocupações como a guerra entre Rússia e Ucrânia, a inflação recorde, a pandemia de Covid-19 e o aumento dos custos de energia ganhando mais destaque do que as questões ambientais.

Neste contexto, a bancada verde enfrentou um revés significativo na Alemanha e na França, dois dos países com maior representatividade no Parlamento Europeu. Na França, os ecologistas obtiveram seu pior resultado em 30 anos, enquanto na Alemanha, o declínio nas urnas também foi notável.

A redução da representatividade dos verdes compromete a continuidade da agenda ambiental na Europa, levantando preocupações sobre a aprovação de medidas relacionadas à descarbonização, transição energética e redução do uso de plástico. A incerteza sobre o futuro da agenda verde na UE se intensifica diante do avanço da ultradireita, que pode dificultar a implementação de políticas ambientais.

Apesar dos obstáculos, o cenário eleitoral também revelou conquistas pontuais para os ecologistas em países como Suécia e Holanda. O embate entre diferentes correntes políticas e a pressão por revisões no Acordo Verde Europeu indicam um período de negociações e debates acalorados no Parlamento Europeu, onde os novos representantes terão a responsabilidade de decidir sobre o futuro da agenda climática no bloco.

Diante dos desafios impostos pela perda de representatividade dos verdes e pelo avanço da ultradireita, a sociedade civil e os ativistas ambientais se mobilizam para pressionar os novos eurodeputados a adotarem medidas ambiciosas para combater as mudanças climáticas e preservar o meio ambiente para as gerações futuras. Eles reforçam a necessidade de ação imediata e efetiva por parte dos legisladores, independentemente das nuances políticas que permeiam o Parlamento Europeu.

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