Professora é presa por racismo em escola do Rio de Janeiro, após denúncia de alunas de 8 anos

Na última sexta-feira (7), a professora Cristiani Bispo Valeriano foi presa em flagrante após ser denunciada por ataques racistas por duas alunas da Escola Municipal Estados Unidos, localizada no centro do Rio de Janeiro. Uma das vítimas, com apenas 8 anos, precisou comparecer diante de uma juíza para relatar os episódios de discriminação racial cometidos pela professora. Os relatos indicam que a docente estabelecia regras discriminatórias em sala de aula, como limitar o número de vezes que os alunos podiam utilizar o banheiro e proferia ofensas racistas, como chamar a criança de “Preta! Você mora embaixo da ponte!”.

Após a prisão da professora, a audiência de custódia ocorreu neste domingo (9) e a juíza responsável decidiu converter a prisão em preventiva, justificando que a acusada ocupava uma “posição de comando” sobre as vítimas e representava um “risco concreto à ordem pública”. Atualmente, a docente encontra-se internada no Hospital Municipal Souza Aguiar e deve se apresentar à Justiça assim que receber alta.

A mãe de uma das alunas agredidas relatou que a filha não se sentiu confortável em retornar à escola e expressou o desejo de transferi-la para outro estabelecimento de ensino, visando ajudá-la a superar o trauma vivenciado. A Secretaria Municipal de Educação afastou a professora de suas funções e iniciou uma sindicância para investigar o caso, destacando que qualquer forma de discriminação contra alunos é inaceitável e deve ser rigorosamente combatida e punida.

A situação evidencia a urgência de combater o racismo no ambiente escolar e traz à tona a necessidade de promover a inclusão e o respeito à diversidade. A educadora Laura Tolentino ressalta que os impactos do racismo na infância podem ser profundos e duradouros, afetando a autoestima, o desempenho acadêmico e o desenvolvimento emocional das crianças negras.

Portanto, é fundamental que a sociedade, as instituições de ensino e as autoridades estejam atentas e atuem de forma enérgica contra quaisquer manifestações de racismo, garantindo um ambiente escolar seguro e acolhedor para todos os estudantes. A responsabilização dos autores de atos racistas é essencial para promover uma educação inclusiva e igualitária, livre de preconceitos e discriminações.

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